quinta-feira, 12 de junho de 2014

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Um mês e meio havia se passado e minha vida continuava a mesma merda de sempre. Semana passada recebi uma ligação de minha avó dizendo que em poucos dias voltaria para o Brasil e que me esperava em sua casa. Eu, claro, me animei com essa noticia. Não via a hora de poder ir morar definitivamente com minha avó, ela era mãe do meu pai e a única pessoa da família que me dava bem. Ela teve que ir para a Itália resolver umas burocracias da herança que meu avô havia deixado para ela. 
-Quando é que você vai pra casa da vovó? Guilherme perguntou chegando na sala.
-Quando ela voltar. Disse sem dar importância a sua presença e continuei comendo meu brigadeiro e assistindo meu filme.
-Será que ela vai conseguir colocar juízo na sua cabeça?
-Eu tenho juízo, só que uso moderadamente. E porque você tá aqui?
-Eu moro aqui oras.
-Eu quis dizer, o que você faz aqui conversando comigo? Desde quando a gente tem um diálogo?
-É que eu vim te avisar que se você continuar causando lá na minha boate eu vou fazer o que eu já devia ter feito a muito tempo.
-E o que eu fiz de mais posso saber?
-Dançar em cima do balcão pra você não é um pouco demais?
-A foi isso? Ri. -Os clientes gostaram isso eu te garanto.
-O aviso tá dado. A próxima que você aprontar eu proíbo sua entrada ali.
-Acha que eu me importo? Aquela espelunca que você chama de Sua boate não é a única e nem a melhor da cidade.
-E porque você não sai de lá?
-Porque lá eu posso beber de graça. Gargalhei e ele saiu bufando.
Até parece que vou deixar de viver minha vida do meu jeito por medo de ser barrada na porta de uma boate. Me barram em uma e eu parto pra outra, comigo é assim. Como disse,a única vantagem que tenho de ir naquela merda de boate é que não preciso gastar nenhum centavo. O filme que eu assistia acabou, levei as coisas pra cozinha e subi para o meu quarto. Estava um pouco indisposta e depois de tomar um banho me deitei. Não tinha se passado nem dois minutos que havia me deitado e porta se abriu.
-Levanta dessa cama mulher. Marcela entrou e já foi logo abrindo as cortinas.
-A gente dá liberdade pra uma pessoa e ela exagera na dose, é foda viu. Coloquei o travesseiro na cabeça.
-O que você tem? 
-Preguiça serve?
-Levanta dai e vamos dar uma volta, tomar um sorvete.
-Acabei de devorar uma panela de brigadeiro.
-Porra, e nem me chamou?
-Me deixa dormir um pouco vai? Reclamei.
-Pelo visto não vai sair essa noite.
-Quem disse que não?
-No estado que você está ai.
-Eu vou sair sim, eu preciso fazer uma coisa.
-Que coisa?
-Quem viver verá. Rimos.
-E o sorvete?
-Tá bom Marcela, vamos tomar esse sorvete logo. Me levantei e fui trocar o pijama por uma roupa descente.
Fomos para a sorveteria e Marcela fez nosso pedido. 
-Não vai me dizer o que vai aprontar hoje a noite?
-Só vou dar uma liçãozinha no meu irmão.
-Me tira fora dessa ok?
-Você não vai precisar fazer nada, fica tranquila. 
-E vem cá. O que tá acontecendo com você que nunca mais te vi indo embora com ninguém?
-Nada, só não tô afim ué.
-É que você recusando uma boa noite de sexo é de se estranhar. Ela riu.
-Nem sempre é tão boa assim. E você e o Guilherme, como estão?
-Não estamos né.
-Eu canso de te avisar pra sair dessa. Você vai acabar se machucando. Sabe que ele não gosta de você e fica se iludindo.
-Valeu pela força Jéssica. Ela fechou a cara.
-Eu só não quero ficar te enchendo de esperanças sabendo que não tem. Amiga, você sabe que o Guilherme não presta e fica correndo atrás.
-O que eu posso fazer?
Terminamos nosso sorvete e voltamos pra casa falando besteiras. Cheguei em casa e assim que entrei na cozinha, o cheiro da comida fez meu estomago embrulhar de uma forma absurda só me dando tempo de correr para o banheiro social e botar tudo pra fora. Sai e dei de cara com a empregada na porta.
-A senhora está bem?
-Se eu estivesse bem não estaria vomitando, agora sai da minha frente. Fui para a sala e me servi de uma dose de wisque.
-A senhora não devia beber já que está passando mal. A insuportável insistia em me infernizar.
-E quem é você pra me dizer o que devo ou não fazer? Volta pra cozinha que lá é o seu lugar. Tomei minha bebida num só gole e fui para o meu quarto.
O que estava acontecendo comigo? Sempre bebi exageradamente e nunca me senti tão mal assim, será que todas essas coisas erradas já estão começando me prejudicar? Ou será que é só um mal estar por ter bebido demais ontem? 
A hora de ir pra boate estava se aproximando e eu fui me aprontar. Tomei meu banho, vesti minha lingerie, coloquei um roupão por cima e sai. Enquanto fazia minha maquiagem, liguei o som do meu quarto numa estação qualquer. Fiquei pensando no que Marcela havia dito e realmente fazia tempos que não ficava com ninguém, pelo menos não a ponto de ir pra cama. Terminei minha maquiagem:


E bateram em minha porta.
-Entra. Disse.
-Licença dona Jéssica. A empregada disse entrando.
-O que você quer aqui?
-Telefone pra senhora. Ela disse me mostrando o aparelho.
-Diz que eu não estou.
-Mas...
-Sai logo daqui. Fui a empurrando pra fora do quarto e tranquei a porta. Como essa mulher consegue ser tão insuportável. Peguei minha roupa que já havia deixado separada e me vesti:
Terminei de me arrumar, peguei minhas coisas, desliguei o som e sai. 
Passei na casa de Marcela e logo ela saiu já pronta.
-Eu estou quase me arrependendo de sair essa noite com você. Ela disse após se sentar e fechar a porta.
-Já disse pra ficar tranquila que não fazer nada de mais.
-Isso já basta pra me deixar assustada. Dei partida no carro e seguimos para a boate do meu irmão. 
-Boa noite dona Jéssica. O segurança disse assim que chegamos.
-Boa noite. Sabe se meu irmão já está ai?
-Está sim, ele chegou cedo hoje.
-Bom saber. Puxei Marcela pelo braço e entramos.
-Vai ir falar com seu irmão? Ela perguntou.
-Não! Vou curtir minha noite. Fomos para o bar e Lucy veio até a gente.
-O de sempre? Ela perguntou imaginando o que eu queria.
-Não Lucy, hoje eu quero só um energético. Disse e tanto ela quanto Marcela me olharam incrédulas.
-Tá doente amiga? Marcela perguntou.
-Só preciso estar em sã consciência pra seguir com o meu plano. Lucy entregou meu energético e o drinque de Marcela e nós fomos dançar. Quando vi que a boate estava cheia e que teria platéia suficiente, dei incio ao meu show. Subi na mesa como na noite passada e comecei dançar conforme a música tocava. Marcela me olhava incrédula e os marmanjos aplaudiam minha performance, em poucos minutos pude ver Guilherme se aproximando do balcão.
-Jéssica desce dai agora. Ele gritava.
-Quem vai me tirar daqui? E parece que seus clientes estão gostando. Não estão? Perguntei e os caras gritavam enlouquecidamente. Dois seguranças da boate pegaram em meus braços um de cada lado, me colocando no chão.
-Você é ridícula. Cuspiu Guilherme.
-E você um idiota. Acha mesmo que preciso da sua boate pra me divertir? Tá enganado querido e antes mesmo que você me expulse daqui, eu vou sair por livre e espontânea vontade. 
-Porque você é assim?
-Porque não tenho motivos pra ser como você.Idiota! Eu só fiz isso pra mostrar que não preciso beber pra fazer minhas loucuras. Me deu vontade eu vou lá e faço, agora me dá licença que eu vou procurar um lugar melhor pra frequentar de hoje em diante. Empurrei ele e sai puxando Marcela até a saída.
-Você é maluca? Porque não me disse que ia fazer isso?
-Se eu dissesse você ia tentar me impedir.
-Se eu me der mal com seu irmão você me paga. -Vamos pra casa.
-Claro que não! A noite nem começou direito.
Fomos para outra boate e depois de nos divertir horrores voltamos pra casa.

...

Estava muito ansiosa pra ir morar com minha avó e não via a hora dela voltar, me levantei cedo, tomei um banho e desci.
-Dona Jéssica ligaram da Itália.
-Era minha avó? O que ela disse?
-Era de um hospital, sua avó teve um derrame ontem e está internada em estado grave.
-Ontem? E só porque avisaram hoje? Me irritei.
-Eu tentei avisar, mas a senhora não deixou.
-Tentou? Você tentou o que sua incompetente. Me irritei mais ainda. Some da minha frente. Gritei e ela saiu correndo. Era só que me faltava agora, não pode acontecer nada com a minha avó, ela é a única pessoa que eu tenho nesse mundo, se acontecer o pior, como eu vou viver sem ela? Me sentei no chão da sala e comecei chorar.
-Jéssica o que aconteceu? Meu pai entrou na sala e foi até mim.
-Porque aconteceu isso com ela? Ela não pode morrer, ela não pode. Soluçava.
-Ela quem?
-Minha avó. Minha avó teve um derrame e está em estado grave no hospital.
-Meu Deus.
-Eu vou pra lá. Me levantei depressa e senti o mundo girar.

...

Abri os olhos e encontrei meu pai me olhando.
-O que aconteceu? Me sentei de vagar. 
-Você desmaiou. Ele disse num suspiro.
-Minha avó. Eu preciso ver minha avó. Me levantei e corri para o meu quarto, peguei uma mala no closet e comecei jogar peças de roupas dentro, sem me importar se serviriam para usar na Itália ou não.
-Jéssica para. Meu pai apareceu.
-Eu preciso ir pra lá. Minha avó precisa de mim.
-Jéssica não adianta mais.
-Claro que adianta. Quando ela sentir minha presença vai melhorar eu sei que vai.
-Jéssica. Meu pai segurou meu braço me impedindo de colocar mais roupas na mala. -Não vai adiantar você ir pra Itália, sua avó faleceu. Ele disse um pouco triste.
-Não! ELA NÃO PODE ME DEIXAR. Gritava e chorava ao mesmo tempo.
-Eu sinto muito, mas não podemos fazer mais nada.

...

Depois do choque da morte da minha avó, não havia me recuperado ainda e nem sabia se iria. As crises de enjoos aumentou gradativamente e eu não tinha outra alternativa a não ser procurar um médico, por mais que não gostasse dessas coisas de exames, precisava saber o que estava acontecendo já que tinha alguns dias que não bebia nada e continuava passando mal. Fiz todos os exames que o médico pediu e quando ficaram prontos fui levar pra que ele avaliasse.
-Eu tenho alguma doença? Perguntei e ele me olhava sério. -Eu vou morrer é isso?

...

Sai da clinica sem acreditar no que tinha escutado. isso não podia ter acontecido comigo, o que seria de mim agora? O que eu iria fazer se nem de mim mesma eu sei cuidar. Cheguei em casa transtornada e subi para o meu quarto levando uma garrafa de wisque, precisava de alguma coisa pra me fazer esquecer os problemas, peguei na minha bolsa minha paradinha  e quando estava prestes a usá-la, Marcela entrou.
-Jéssica? Ela se assustou ao me ver sentada no chão. -O que aconteceu? Se sentou ao meu lado.
-Aconteceu que minha vida é uma merda.
-Amiga, as coisas vão melhorar daqui a pouco, você vai ver.
-Melhorar Marcela? Ri nervosa. -A cada dia que passa, as coisas pioram. Dei um gole em minha bebida, direto da garrafa mesmo.
-Está assim ainda por causa da morte da sua avó?
-Ela está num bom lugar agora. Longe de pessoas falsas e de toda a sujeira desse mundo.
-E o que foi então? Para de beber vai. Ela tentou pegar a garrafa da minha mão.
-Eu passei mal outra vez. Olhei pra ela.
-Isso que dá ficar bebendo desse jeito.
-Marcela, quantos dias faz que eu bebo?
-Não sei.
-Desde que minha avó morreu. Tomei aquele porre no dia e nunca mais bebi nada.
-E porque você passou mal então?
-Eu fui no médico. Abaixei a cabeça.
-E o que ele disse? Permaneci em silencio e de cabeça baixa. -O que você tem Jéssica? Pelo amor de Deus me diz que você não está com nenhuma doença grave. Se levantou desesperada. Respirei fundo e olhei pra ela.
-Eu tô grávida. Deixei as lágrimas caírem.


Vish ferrou, e agora hein?

Indicando: http://fanficseraqueeamor.blogspot.com/

30 comentários:

  1. Luan vai ser papai , nao vai? DIZ QUE VAI SUA RETARDADA! Pq a ideia de sequestrar a pequrna ainda esta na mente!

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  2. Oi? Aiii sinho q agora vem bomba hahahah
    @newslr_

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  3. Eita gravida, agora essa louca tem que tomar jeito,, Luan papai , rs
    capitulo perfeitoo, adorei
    continua
    @solangefrazo2

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  4. Iiiihh Luan vai ser papai pelo.jeito. Desconfiei desde o principio! Hahaha
    gnt essa Jesaica ta se matando né! Continuaa @MileneAuler

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  5. Continua... @gatinhaadojoao

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  6. Se a web ta no capitulo 3 e ja ta assim, imagina o resto ? Cheio de emoções adooooro
    Luan vai ser papai ? Q massa kkk
    @HellenAraujooh

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  7. Luan vai ser papai !!!
    @_vick_brito

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  8. É do Luan, e como você mesmo diria Kelly eitaa porraa, foi pro pau! kkk Maaaais! Simone

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  9. Diz que esse filho é do Luan, diz, diz, diz !! Parabéns nova mamãe hahaha Continua! @suckmelsandfly

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  10. vixe ta gravida do luan safado
    continuaaa?
    @carol_mellos2

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  11. socorrooooooooooooooooooo,ela tá grávida do Loaaaaaaaaaaaaam,ai Senhor... e a morte da vó dela vey,e agora? eita @MyBoyNJR

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  12. Mais!!!!!!! Estou curiosa, e agora?

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  13. aaah quero outro mais que depressa, acho q ela n vai procurar o luan nao e vai tomar jeito qnd for mae

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  14. continuaaa mulher @luanmerapita

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  15. eita já disconfiava disso, esse filho com certeza é do luan, agora tomara q ela tome de juizo e pare de beber e usar essas pradinhas, pq pode prejudicar o bebê, continuaaaa logo amore, bjoooos

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  16. Eiiitha, será q ela sabe quem é o pai ? u.u @desouzaanaa

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  17. Nga comecei a ler sua fic agr por isso não comentei no primeiro capítulo. .. avisa pra mim tbm vai ? User : @SeuSotaqueLS MUITO OBRIGADA e quero mais rç

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  18. Luan vai ser papai ? aah mais vai ser uma confusão graande que essa historia vai causar :/ anciooooosaaa deeeemaaaaiiiis ! bora muié continuaa . :) by: jéssica alves

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  19. Luan vai ser papai haha
    continuaaaaaaaaaaaaaa
    #Faby

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  20. Acho que agora ela toma jeito. Mas mesmo assim não vai querer contar para o Luan.

    Yana

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  21. Continuuua nega, eu to visada
    Na sua fanfic, =-O

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  22. Haaaaaa Luan um papai do pedaço. Acertei? CONTINUA

    @suckemels

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  23. Kelly do céu como assim? Mas já?! Que lindo o Lu ja vai ser papai *--*

    Posta mais mulier!!

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  24. Grávida o.O Agora vai começar a confusão kkkkkk

    @JessiccaSales

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  25. Nuss, ela tá grávida, sem or! E agora? Próximo cap. apareça pf! Hahahahaha
    @OnlySmileLs

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  26. Essa Jéssica me tira do sério... pq ela trata a empegada assim? Acho até q essa empregada é mãe dela u.u
    AAAHHHHHH, O LUAN VAI SER PAI!
    Agr essa doida para de beber hahah
    @Luanwithpride

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