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Encontramos o segurança de Luan na entrada da boate e com sua ajuda, conseguimos entrar sem causar muito tumulto. Chegamos no camarote tranquilamente e seu segurança foi buscar nossas bebidas.
-Porque quis vir numa boate hoje? Perguntei assim que nos acomodamos perto da grade e pegamos nossas bebidas.
-Só pra mudar um pouco, antes dó jantávamos e íamos pra sua casa. Ele riu de lado lindamente.
Estávamos curtindo muito nossa noite, tirando o fato de Luan estar me irritando com seu ciumes estava tudo ótimo.
-O que está acontecendo com você? Perguntei em seu ouvido por conta da música.
-Nada, porque?
-Desde quando é ciumento? Nunca se importou com as roupas que eu uso.
-Acontece que agora você é minha namorada. Não quero esse bando de macho desejando minha mulher. Sorri com sua confissão.
-Eles podem até desejar, mas só você pode ter. Olhei profundamente em seus olhos e me beijou calorosamente.

-Vamos embora. Ele disse entre o beijo e eu tive que rir do seu desespero.
-Ainda tá cedo Luan. Interrompi o beijo e o olhei.
-Você me provoca e depois dá pra traz.
-Eu não fiz nada Luan, como estou te provocando? Ri.
-Você não precisa fazer muita coisa pra deixar excitado.
-Deixa de ser agoniado e vamos ficar mais um pouquinho.
-Só um pouquinho né? Fez bico.
Curtimos mais um pouco a noite e antes de irmos embora fui até o banheiro. Na saída senti alguém puxando meu braço e ao me virar preferi não ter vindo ao banheiro.
-Olha só quem resolveu dar o ar da graça. Davi disse me avaliando. -E que graça. Completou.
-Me deixa em paz Davi. Disse puxando meu braço mas não consegui me desvincilhar, ele segurava muito forte.
-Calma gatinha. Tanto tempo sem nos ver e você já está querendo ir embora?
-O que você quer hein? Fala de uma vez.
-Estou com saudade linda. O que acha de irmos pra minha casa como nos velhos tempos?
-Acho uma péssima ideia. Eu estou acompanhada.
-Ah claro. Estranho seria se você estivesse sozinha.
-Eu preciso voltar.
-Ah qual é Jéssica? Dispensa esse carinha que está com você.
-Esquece Davi. As coisas mudaram, eu não sou mais como antes.
-O que está acontecendo aqui? Luan perguntou se aproximando.
-Nada Lu. 
-Então é esse o carinha que está com você? Davi soltou meu braço e encarou Luan. -Não acho que ele seja capaz de te dar aquilo que você gosta.
-Isso quem sabe sou eu. Vamos Luan. Peguei em sua mão que estava fechada em punho como se estivesse prestes a partir pra briga e o puxei para longe dali.
-Quem era aquele cara?
-Ninguém importante. Disse assim que entramos no carro.
-Tem certeza? Me encarou.
-Tenho Luan. Alguém que fazia parte do meu passado e que não vai mais atrapalhar minha vida. O olhei. -Garanto. Ele deu partida no carro e logo estávamos em minha casa. Mesmo incomodado com o fato de ter me visto com Davi ele não esqueceu do assunto que iniciamos na boate e depois de tomarmos banho, encerramos a noite exaustos e ofegantes. 

[...]

Luan estava viajando pra cumprir sua agenda e diferente das outras vezes, a saudade estava me matando. Não que antigamente não sentisse falta dele, mas agora sua ausência machucava demais.
-Quando você volta? Perguntei em uma de suas ligações.
-Daqui uma semana.
-Tudo isso ainda? Suspirei.
-Garanto que vou recompensar toda essa ausência assim que chegar.
-Eu não vejo a hora.
Conversamos por mais um tempo e ele teve que ir cumprir suas obrigações. Fiquei jogada no sofá aproveitando que Malu estava tirando sua soneca da tarde e logo a porta se abriu. Levantei a cabeça na esperança de ser ele tentando me fazer uma surpresa, mas me enganei. 
-Ah é você. Disse e voltei e jogar no sofá.
-Nossa, quanto ânimo ao ver sua melhor amiga. Ela se sentou no outro sofá.
-Eu pensei que fosse outra pessoa.
-O Luan? Ela perguntou mas não respondi. -Quem diria que um dia você fosse se apaixonar. Ainda mais pelo Luan.
-Quem disse que estou apaixonada?
-Precisa dizer? Tá escrito na sua testa em letras maiúsculas ainda. 
-Qual o problema de estar apaixonada? Me sentei.
-nenhum amiga. Só não imaginava que isso aconteceria com você.
-Pois é, nem eu. Suspirei.
-Vamos dar uma volta e espairecer um pouco.
-Malu está dormindo, não posso sair agora.
-Cadê a Neide?
-De folga.
Passamos a tarde inteira de bobeira, quando Malu acordou dei um lanche pra ela e depois fomos as três brincar na sala.
-Bora sair pra jantar. Marcela sugeriu.
-E o Renan?
-Viajando com o Rafa. Desde que ele começou trabalhar na equipe do Rafael tá difícil da gente se ver.
-Sei bem como é. 
-Então, vamos?
-É o jeito né? Não vai querer que eu vá pra cozinha fazer nossa janta.
-E causar um desastre no meio ambiente? Melhor não. Ela se levantou e fomos para meu quarto. -Vai ter que me emprestar uma roupa. 
-Fica a vontade. Vou dar um banho na Malu e já venho me arrumar.
Deixei Marcela em meu quarto e fui para o quarto de Malu.
Dei banho em minha filha e a vesti. Terminei de arrumar Malu e fomos para o meu quarto, Marcela estava terminando se se arrumar, deixei Malu com ela e fui tomar meu banho. Não demorei muito e fui me vestir.

Terminamos de nos arrumar e descemos.
-Em qual restaurante nós vamos? Marcela perguntou assim que entramos no carro.
-Você que deu a ideia? Decide ai.
-Que tal a gente ir no do seu pai?
-Claro...fiz uma pausa e olhei pra ela. -Que não né.
-Só uma sugestão. Ela se rendeu. -Pelo menos lá você não paga.
-Cala boca Marcela. Ri dela e dei partida no carro. Chegamos num restaurante legal que eu conhecia e depois de nos acomodarmos, fizemos nosso pedido.
-Mamãe eu quero sorvete. Malu pediu.
-Depois do jantar filha. Respondi mas tentaria convencê-la a pedir outra coisa, pois estava tarde pra tomar sorvete.
Nosso pedido chegou e comemos em meio a muita conversa, Marcela as vezes soltava uma palhaçada, o que deixou nossa noite mais divertida, consegui convencer Malu pedir outra sobremesa e depois de pagar a conta fomos embora. Ao sair do restaurante, vi Guilherme entrando, mas ele não me viu.
-Tá olhando o que? Marcela perguntou vendo que eu havia parado no meio do caminho.
-Não é o Guilherme ali. Apontei ele parado na porta conversando com uma mulher.
-Parece que é, porque?
-Nada não. Olhei por mais um tempo e a mulher que estava com ele não me era estranha, não consegui ver quem era pois eles logo entraram no restaurante.
A semana passou lentamente mas enfim Luan chegaria esta noite.
Pedi pra Neide fazer um jantar bem gostoso mesmo não sabendo se ele viria direto pra cá. Ainda faltavam umas horas pra ele chegar e enquanto brincava com Malu na sala, Marcela apareceu. 
-Também quero brincar. Ela disse se sentando junto com a gente no tapete. -Tenho uma noticia pra você. Ela disse me encarando.
-Fala então.
-Adivinha quem vai voltar?
-Jesus? Brinquei.
-Engraçadinha!
-Quem vai voltar Marcela?
-O Léo.
-O Léo vai voltar?
-A peça que ele estava fazendo no Rio terminou e ele foi chamado pra gravar uma novela aqui em São Paulo.
-Nossa, as coisas deram certo pra ele.
-Graças a Deus.
-E que dia ele chega?
-Final de semana. Continuamos brincando com Malu e ela logo pegou no sono. Disse que queria esperar pelo pai mas não aguentou e dormiu.
-Vou levar ela pro quarto.
-E eu já vou indo. Amanhã acordo cedo, vou viajar com o Renan. Disse com um ar apaixonado.
-vai lá então boba alegre. Marcela saiu e eu subi pra deixar minha filha em seu quarto, aproveitei que Luan ainda não tinha chegado e fui tomar um banho de banheira, depois de enche-la, entrei e fiquei ali relaxando. Fechei os olhos pra aproveitar aquele momento de tranquilidade e depois de um tempo o abri. Acabei me assustando ao vê-lo ali parado na minha frente.
-Cheguei na hora certa. Ele disse ainda me encarando.
-Eu dormi e estou nos meus melhores sonhos. É isso? Perguntei o olhando.
-Você não está sonhando, mas fico feliz em saber que eu faço parte dos seus melhores sonhos. Ele sorria lindamente.
-Porque você não vem aproveitar esse banho comigo?
-Pensei que não fosse me convidar. Ele se despiu na minha frente e eu o encarava desejando que ele entrasse logo naquela banheira.

[...]

Luan on

O dia da segunda audiência estava chegando e eu estava mais nervoso do que na primeira.
-O que foi Lu? Jéssica perguntou ao acordar e me ver pensativo.
-Tô preocupado com a audiência.
-É hoje?
-Não, mas tô com medo da Lívia não aparecer de novo.
-Ela disse que não facilitaria. 
-E eu tinha esperanças dela mudar de ideia.
-Porque você não conversa com ela?
-Será que adiantaria? A olhei.
-Não sei Lu, mas não custa tentar. Ela se moveu deitando a cabeça em meu peito.
Depois de tomar café com Malu e Jéssica decidi que iria procurar por Lívia e tentar resolver essa situação de uma vez.
-Boa sorte. Jéssica me deu um beijo já na porta.
-Assim que resolver as coisas com ela eu volto.
-Qualquer coisa me liga. Nos beijamos novamente e eu segui meu caminho.

[...]

-Pensei que nunca mais fosse te ver entrando por essa porta. Lívia disse assim que entrei em minha antiga casa.
-A gente precisa conversar.
-Percebeu a burrada que estava fazendo e veio me pedir desculpas?
-Vim tentar colocar na sua cabeça de uma vez que não adianta você se negar assinar esse divórcio, eu não vou mais continuar casado com você.
-Então deu viagem perdida querido. Pode voltar de onde você veio.
-Lívia, pelo amor de Deus, pensa pelo lado prático. Eu estou te dando a chance de ficar com essa casa e uma boa quantia em dinheiro.
-Já disse que não é isso que eu quero Luan. 
-Mas o que você quer não vai mais acontecer. Nosso casamento acabou. Se é que um dia ele existiu.
-Existiu até o momento que você encontrou essa vagabunda. Ela se alterou.
-Primeiro que ela não é nenhuma vagabunda e segundo que se eu não estivesse com ela, estaria com todas as outras como sempre foi. 
-Você sempre me traiu.
-E você sempre soube disso Lívia. Pra que continuar com essa palhaçada? Você sabe que se essa separação for pro litigioso você sai dele do mesmo modo que entrou, sem nada.
-Eu tenho meus direitos.
-Nós nos casamos em regime total de bens, ou seja...
-Eu não tenho direito a nada?
-Nem filhos nós temos.
-Por sua culpa. Ela explodiu.
-Chega! Foi minha vez de alterar a voz. -Eu vivi todos esse anos me culpando por você ter perdido aquele bebê. Mas hoje eu vejo que não tive culpa de nada. Quando você me conheceu sabia que eu não era nenhum santo, eu não tenho culpa de você ter ido aquela boate atrás de mim, não tenho culpa de você ter visto o que viu. Você sabia que se me encontrasse eu estaria com alguém. 
-Eu fui atropelada depois de ver você se agarrando com uma vadia.
-E eu já disse, não tive culpa de você ter ido atrás de mim, se você tivesse ficado quietinha dentro de casa isso não teria acontecido.
-Você é um monstro Luan.
-E que tal você se ver longe desse monstro de uma vez por todas?
-Eu não vou assinar porcaria nenhuma de divorcio. 
-Então que seja, você vai sair desse casamento com uma mão na frente e outra atrás.
-Você não pode me deixar nessa situação.
-E nem quero, por mais que você não mereça não quero deixar você desamparada. Assina de uma vez esses papéis, do contrário nem pra casa da sua mãe você volta.
-Como assim?
-Esqueceu que a casa que ela mora também me pertence?
-Aquela casa sempre foi nossa Luan, meu pai deixou antes de morrer.
-O que seu pai deixou foi um monte de dividas que eu paguei. Ou seja, aquela casa é minha.
-Você não teria coragem de tirar minha mãe daquela casa.
-Quer pagar pra ver? Ameacei e ela ficou calada. -Pensa mais um pouco Lívia, ou você assina esses papéis de uma vez e eu te deixo numa situação agradável ou não assina e vai ter que voltar dar aulas nas academias como antigamente.
-Você sabe que eu não posso mais.
-Então vai ter que se virar de outro jeito. Você não gosta tanto de ir ao shopping? Quem sabe tenha alguma vaga pra você trabalhar de atendente em alguma loja. Disse rudemente, não estava acostumado tratar as pessoas assim, mas não poderia dar mole com Lívia. -Eu preciso ir agora, se decidir alguma coisa é só me ligar. 
Passei na casa dos meus pais, peguei uma muda de roupa e depois de conversar com meus pais, voltei pra casa de Jéssica, encontrei ela jogada no sofá.
-O que você tem? Perguntei depois de fechar a porta.
-Tédio. Ela suspirou.
-Porque não foi dar uma volta.
-Luan, estou cansada de ficar nessa casa, não quero parecer uma dondoca que só sabe ficar em casa ou passeando pra ver vitrine. Ela se sentou e cruzou os braços como uma criança mimada.
-E o que você quer fazer? Ri da carinha fofa dela.
-Trabalhar.
-Trabalhar? Me espantei. 
-É Luan, trabalhar.
-Mas trabalhar no que?
-Se eu soubesse não estaria assim?
-Eita, só perguntei.
-Desculpa. 
-A gente vai resolver esse seu problema tedioso, mas eu posso tomar um banho primeiro?
-Antes me conta como foi lá.
Contei pra ela a conversa que tive com Lívia e depois fui tomar meu banho, quando sai, Jéssica estava brincando com Malu na cama, me juntei a elas e alguns minutos depois meu celular tocou, me espantei ao ver o nome no visor e atendi.
-Oi Lívia. Jéssica me olhou atenta.
-Luan, eu já tenho uma resposta.
-Então me diz.
-Por telefone não, vem aqui em casa e a gente conversa.


ÊÊ laia, será que Lívia vai assinar esse divórcio depois do que Luan disse? Pra quem não lembra, Davi era o traficante que vendia drogas pra Jéssica :)

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