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-O que louca? O que você tá pensando em fazer?
-É isso! Eu passei metade da minha vida numa boate, poderia dar certo.
-Você tá pensando em abrir uma boate? Ela perguntou parecendo estar perplexa e eu concordei. -Você só pode estar ficando maluca. Riu.
-Maluca porque?
-Como porque? Você teve problema com drogas, com álcool e trabalhando numa boate você vai ter acesse diário a essas coisas.
-Marcela, eu não me internei naquela clinica à toa. Eu sei muito bem que posso conviver num local com drogas e álcool e não me envolver de novo com isso.
-Desculpa amiga, mas as vezes a carne enfraquece.
-Se a pessoa deixar se levar talvez enfraqueça, mas acho que não vai ser meu caso. Meu foco é ter meu próprio negócio não me envolver com coisa errada novamente. E acho que posso me dar me bem nesse ramo. E também não custa nada tentar.
-Bom! A decisão é sua. Deu de ombros.
-A pior parte vai ser convencer o Luan. 
-Me avisa quando você for dar a noticia, quero estar bem longe nesse dia. 
Luan voltou pra casa no dia da audiência e parecia estar bastante apreensivo.
-Tá preocupado com o que? Perguntei me sentando em seu colo.
-Será que ela vai aparecer?
-Ela disse que ia não disse?
-Disse. Mas e se ela mudar de ideia?
-Não fica sofrendo por antecedência, vai e reza pra que ela apareça. Marcela tinha levado Malu numa festinha de aniversário, Neide avisou que o almoço estava pronto então fomos pra cozinha.
-Você disse que tinha uma coisa pra me contar. Luan puxou assunto assim que nos servimos.
-E tenho. Depois que você voltar da audiência a gente conversa.
-Parece que a coisa é séria.
-Depende do ponto de vista. Disse e ele me encarou apreensivo. Depois do almoço, Luan tomou um banho, se arrumou e assim que Rober chegou, eles partiram para a audiência.

[...]

-Mamãe, cadê o papai? Malu perguntou assim que chegou com Marcela. 
-Saiu mas volta daqui a pouco meu amor. Como foi a festa? A peguei no colo e ela começou me contar tudo o que aconteceu em sua tarde. Marcela foi embora e eu fui dar um banho em Malu.
-Mamãe, porque eu não posso ir pra escola? Ela perguntava enquanto se ensaboava.
-Você pode meu amor, mas não tem necessidade ainda. Porque?
-Porque a priminha da tia Cela vai, eu também queria ir.
-A mamãe tem uns planos em mente e dependendo das coisas você vai pra escola tá bom? Disse e ela concordou animada. Malu estava aparentemente cansada e acabou pegando no sono depois do banho. Desci e fiquei esperando Luan na sala. Pela demora, Lívia havia aparecido. Esperei por mais algumas horas e ele chegou. 
-Como foi lá? Perguntei assim que ele se jogou no sofá ao meu lado.
-Graças a Deus, foi tudo bem. Tô livre daquela doida. Sorriu o sorriso mais lindo e aparentemente aliviado. -A Malu já chegou?
-Já, e capotou assim que deitou.
Ficamos nos curtindo o resto da tarde toda, Luan não tocou no assunto da conversa que queria ter com ele e agradeci por isso, se desse pra adiar mais, assim eu faria. Malu acordou toda serelepe e contou pro pai tudo o que fez mais cedo ma festinha. Tinha dispensado Neide mais cedo então tivemos que pedir comida, Luan se encarregou dessa parte e eu fui colocar a mesa. Jantamos tranquilamente e depois de assistirmos um filme, subimos. Luan insistiu pra colocar Malu pra dormir então fui tomar meu banho.

[...]

Aproveitei que os dois preguiçosos ainda dormia então sai pra comprar nosso café, já que Neide estava de folga teria que improvisar alguma coisa. Tentei ser o mais rápida possível e assim que comprei tudo o que precisava voltei pra casa, dei uma checada nos dois e ambos dormiam da mesma forma. Desci e preparei o café da maneira que consegui. Estava terminando de fazer o suco quando Luan apareceu na cozinha com nossa filha.
-Bom dia. Disse sorridente depois de ganhar um selinho.
-Eu ainda estou com sono. Luan reclamou colocando nossa filha na cadeira.
-E porque não dormiu mais?
-Sua filha deixa? Disse nervoso e eu ri do seu mal humor matinal. 
-Vai ter que se contentar com suco hoje, a Neide está de folga e não rola café. Justifiquei e ele parece não ter se importado. Malu como sempre mais brincava com a comida do que comia e eu pra variar, reclamava o tempo todo. Terminamos nosso café e Malu foi procurar com o que brincar. 
-Ontem você disse que queria conversar comigo e depois da audiência acabei me esquecendo de perguntar sobre o que? Ele soltou e eu quase me engasguei com o vento, queria adiar esse assunto por mais algum tempo, mas era melhor contar de uma vez. Pedi que ele esperasse e depois que terminei de lavar a louça fomos pra sala. -O que quer falar comigo?
-Sobre o fato de eu querer trabalhar.
-E então? Resolveu aceitar trabalhar comigo?
-Não Luan. Acho que não daria certo.
-Porque não?
-Porque não quero misturar as coisas, nosso namoro com nosso trabalho. Acho melhor cada coisa em seu lugar.
-E o que decidiu então?
-Decidi que vou abrir meu próprio negócio.
-Que negócio Jéssica?
-Primeiro, você tem que respeitar minha decisão, e talvez procurar entender.
-Fala de uma vez, por favor.
-Eu vou abrir uma boate. Falei e ele se mantinha quieto, o que me deixava extremamente intrigada. -O que você acha?
-Quer mesmo saber o que acho? Perguntou e eu concordei. -Eu acho uma tremenda loucura.
-Loucura porque? Porque tive problemas com bebidas, com drogas?
-Também Jéssica. Não é só por isso, tem muitas outras coisas.
-Que coisas Luan?
-Você vai trabalhar a noite e quando eu estiver de folga?
-É justamente por isso que não quero ter patrão, eu trabalhando numa coisa minha não vou ter que dar satisfação a ninguém e posso muito bem ficar em casa nos dias que você estiver de folga.
-E nos dias que eu não estiver em casa, como fica a Malu?
-Com a Neide ou eu posso contratar uma babá. 
-Não acha muito cedo pra ela ficar com alguém desconhecido?
-Não Luan. Não acho. Ontem mesmo ela perguntou porque não vai pra escola. Eu posso colocar ela na creche durante o dia, já que vou ter algumas coisas pra resolver nesse período e não será necessário eu ir toda noite pra boate.
-Não sei não Jéssica. Bufou.
-Desculpa Luan, mas eu já decidi. Não quero que você aceite, apenas que respeite minha decisão. 
Luan não quis mais insistir no assunto e acho que pra não dar confusão, foi brincar com Malu no quintal, ia me juntar a eles mas o celular tocou, era Bruna dizendo que Mari estava nos chamando pra almoçar lá. Confirmei mesmo sem falar com Luan.
-A Bru ligou, sua mãe tá chamando a gente pra almoçar lá. Disse da porta que dava pro quintal.
-Você quer ir? Ele perguntou não se importando muito com isso.
-Ou é isso, ou vamos ter que pedir comida de novo. 
-Então vamos. Deu de ombros.
-Arruma a Malu pra eu poder tomar um banho? Pedi e ele concordou. Subi primeiro e tomei meu banho rapidamente. Sei que ele não tinha gostado nada da ideia de eu abrir uma boate, mas com o tempo pode ser que ele entenda. Sai do banheiro, ele ainda não tinha voltado do quarto de Malu, fui pro closet e me vesti lá mesmo.

Terminei de me arrumar e quando sai do closet, Luan estava entrando com Malu já arrumada. 
-Vou tomar banho. Disse já entrando no banheiro.

[...]

Chegamos na casa de Mari e Bruna estava com Rafa na sala. Ficamos conversando por ali mesmo, Luan e Rafael conversavam sobre shows e eu puxei Bruna pra fora daquela conversa de trabalho. 
-Tá acontecendo alguma coisa? Ela perguntou assim que chegamos na cozinha.
-Eu tomei uma decisão e seu irmão parece não ter gostado muito.
-Que decisão? Perguntou preocupada.
-Eu vou abrir uma boate. Disse e ela se espantou.
-Sério? Que massa.
-É, mas parece que seu irmão não curtiu a ideia.
-Tenta entender o lado dele Jéss. Não vai ser fácil pra ele, depois de tudo ter que aceitar você convivendo com essas coisas de novo.
-Eu não vou me envolver com essas coisas Bru, meu foco é o trabalho.
-Eu sei que é e ele vai entender isso com o tempo. 
-Assim espero. Mari continuava cuidando do almoço, mesmo não sabendo fazer nada, me ofereci pra ajudar em alguma coisa, como ela recusou minha ajuda fui cuidar de Malu que perturbava Puff no quintal.
-Mamãe, porque a gente não tem um cachorrinho assim, igual o Puff?
-Nem inventa Maria Luiza. Não tem nada de cachorrinho não.
-Ah mamãe, um pequenininho assim igual o Puff.
-Não Malu. Já disse. Ela ficou de bico e eu ignorei, ela que esqueça essa ideia de ter um cachorro. Mari serviu o almoço, nos juntamos na mesa e almoçamos num clima agradável, mesmo Luan não falando direito comigo.
Passamos a tarde ali, até pensei que Lua não fosse querer passar essa noite em minha casa, mas me enganei. Ele subiu até seu quarto e voltou com uma mochila nas costas.
-Vamos? Chamou e eu assenti. Peguei Malu e suas coisas e voltamos pra casa. Depois de dar um banho em Malu ela pegou no sono. Fui para o quarto e ouvi barulho de água vindo do banheiro, tirei minha roupa e mesmo com medo dele não me deixar tomar banho com ele, decidi arriscar.
-Que susto. Ele disse ao sentir minhas mãos em suas costas.
-Desculpa. Sussurrei e ele se virou de frente pra mim. 
-Eu que tenho que pedi r desculpas. 
-Pelo que?
-Eu fiquei sem falar com você o dia inteiro.
-Eu entendo Lu. Sei que é difícil pra você aceitar minha decisão, mas desculpa, eu não vou voltar atrás.
-Eu sei que não. Você é teimosa. Ri.
-vamos fazer um teste. Se ficar muito puxado pra mim, eu desisto. Sugeri.
-Promete?
-Prometo. 
A saudade estava demais e acabamos matando ela ali mesmo no banheiro.

Luan estava concorrendo ao prêmio de melhor cantor do ano num programa de televisão e com isso seus nervos estavam a flor da pele.
-Mamãe, o papai tá "brabo"? Malu perguntou assim que chegamos em seu quarto pra que ela tomasse seu banho.
-Não princesa, o papai só está um pouco nervoso por causa de um prêmio.
-O papai vai ganhar um prêmio?
-É o que ele espera meu amor. E se depender das fãs dele ele vai ganhar. Sorri e ela ainda parecia pensativa.
-E que prêmio o papai vai ganhar?
-Um troféu princesa.
-"Tofréu"? De que?
-De melhor cantor do ano.
-Ah mamãe, então ele vai ganhar. Disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
-Ah é mocinha? E como você sabe que ele vai ganhar?
-Porque ele é o melhor cantor do ano. E do mundo. Ergueu os bracinhos mostrando algo grande. Ri de sua esperteza e depois dela tomar banho nós descemos. Luan continuava deitado no sofá, fuçando no celular.
-Papai, não fica "brabo" Malu sentou em cima do pai.
-Eu não tô "brabo" filha. Sorriu de canto.
-Então não fica nervoso. Você vai ganhar o "tofréu". Luan me olhou curioso e eu sorri.
-Filha, porque você não fala pro papai aquilo que você me disse lá em cima?
-O que você estava falando hein mocinha?
-Só falei que você vai ganhar o "tofréu" porque você é o melhor cantor do mundo. Disse meio tímida e Luan largou o celular todo sorridente.
-Oh princesa, depois disso nem preciso mais de troféu nenhum. Apertou a filha num abraço e ela fez careta como se sentisse dor.
-Eita Lu, vai fazer suco de Maria Luiza. Ri.
-Pera ai papai, me solta. Ela reclamou e Luan a soltou.
-Poxa eu só queria um abraço. Fez bico e Malu saiu do sofá correndo em direção a escada.
-Onde você vai filha? Perguntei antes dela subir.
-Vou pegar um negócio.
-Sobe sem correr. Pedi e ela subiu.
-Essa menina ainda me mata do coração. Luan disse aparentemente emocionado e eu ri. Logo ela desceu com algo na mão.
-Toma papai.
-O que é isso filha?
-Suas fãs te dão "tofréu" então eu também posso dar. Colocou uma das coroas de uma de suas bonecas na cabeça de Luan.
-E posso saber do que é esse troféu?
-É de...é de...? Pensou um pouco e respondeu. -De melhor papai do mundo.
Luan ficou sem reação e se não tivesse segurado, certeza que choraria ali mesmo. Disfarçou um pouco e deu outro abraço apertado em Malu. 
-Posso ficar com isso? Tirou a coroa da cabeça a mostrando.
-Pode papai. É seu "tofréu". Malu saiu da sala e foi brincar de alguma coisa lá fora.

Luan viajou para a gravação da entrega do tal prêmio e eu fui cuidar de algumas coisas para a boate, deixei Malu com Neide e sai com Marcela atrás de algum lugar bacana.
-Eu não quero muito longe Marcela. Assim não chego em casa tarde e qualquer coisa posso voltar correndo. Explicava assim que pegamos a estrada.
Rodamos por alguns minutos, anotei alguns endereços que gostei pra poder voltar depois e voltamos pra casa. Almoçamos e depois ela foi embora. Já era noite quando Luan ligou dizendo que estava voltando pois a gravação acabou cedo.
-E então? Ganhou o prêmio? Perguntei.
-Quando eu chegar ai a gente conversa.
-Ah não Lu, fala logo. Bufei.
-Quando eu voltar. Riu. Nos despedimos e desligamos.
Dei janta pra Malu que estava muito serelepe pro meu gosto, foi difícil, mas depois de três historinhas ela dormiu. Fui pro meu quarto, tomei um banho, coloquei um pijama e desci esperar Luan chegar. Liguei a TV numa série que gostava e me deitei no sofá.  Alguns minutos depois a campainha tocou, não podia ser Luan, a não ser que ele já estivesse perto quando ligou, mesmo assim seria estranho, já que ele tem a chave de casa. Levantei desconfiada e abri a porta, me assustei ao ver a pessoa ali parada na minha frente.
-Léo? 
-Oi Jéss. Me cumprimentou com um beijo no rosto. -Não vai me convidar pra entrar?
-É que... Tentei impedir já que Luan chegaria a qualquer instante e, com certeza não gostaria da cena. Mas não teve como. -Entra. Dei espaço e ele entrou. Fechei a porta e nos sentamos.
-A Marcela nem me disse que você chegaria hoje.
-Aquela lá só não é mais lerda por falta de espaço. Rimos. Ficamos um tempão conversando, contei a ele sobre meus planos de abrir uma boate e ele até se propôs me ajudar com alguns contatos, já que conheceu muita gente importante no Rio. Ouvi barulhos na porta e meu coração quase parou na mesma hora. Luan entrou sorridente mas logo seu sorriso se desfez ao cruzar seu olhar com o de Léo.
-O que tá acontecendo aqui?


Eitaaaaa. Ferrô. 
Gente nem demorou tanto dessa vez né? rsrsrs tirei o dia de folga já que estava trabalhando dobrado esses dias que passou. {mereço né} e vcs não tem noção da gambiarra que estou tento que enfrentar aqui. A tela do meu note pifou sei lá como, só sei que não liga mais e pra não ficar sem net de vez engrupi a tela do PC do meu irmão que estava sem uso lá no quarto dele e liguei no note. kkkkkk só no improviso gente. 
Me digam se essa Malu não é uma "coisa"